FELICIDADE NÃO É ANGÚSTIA CRÔNICA

A fonte de todas as coisas está na vida. Ninguém pode passar pelo mundo sem experimentar a vida. E acredito que a vida não pode ser uma constante angústia. Lendo recentemente uma bela crônica do Frei Tito, um frade dominicano que, durante a ditadura militar fora torturado e que, traumatizado pelo sofrimento, morrera "louco", escreveu o seguinte depoimento:
"Quando secar o rio da minha infância secará toda dor. Quando as regatas límpidas de meu ser secarem, minh'alma perderá sua força. Buscarei, então, pastagens distantes lá onde o ódio não tem teto para repousar. Ali erguerei uma tenda junto aos bosques. Todas as tardes me deitarei na relva e nos dias silenciosos farei minha oração. Meu eterno canto de amor: expressão pura de minha mais profunda angústia. Nos dias primaveris, colherei flores para meu jardim da saudade. Assim, exterminarei a lembrança de um passado sombrio".
Acredito que a fonte de tudo o que experimentamos deve nos levar ao crescimento. Quando isso não acontece é bom reavaliar nossa história. "Reescrevê-la com pincel e tinta certos", a fim de que o presente bem sustentado, garanta um futuro promissor. De repente seja uma dicotomia tal realidade, mas não pode ser nunca - na vida - sinal de tortura, infelicidade e angústia, pois Deus fez nascer o homem por sua vontade e o salvou pelo seu sangue, de modo que o ser humano seja plenamente feliz. Lute, canse, sofra, mas busque o que deseja com o intuito de ser cada vez mais Homem e se realize e seja realizador da felicidade de todos.
O Homem nasceu para ser feliz. Felicidade é sinônimo de coerência com tudo aquilo que se busca para o bem e para a justiça e, conseqüentemente, para a paz.

O POBRE QUE FICOU RICO

"Havia um homem muito pobre... Tão pobre que ele só tinha dinheiro e não tinha amigos. Seus amigos eram suas "coisas" e entre elas a soberba, o orgulho e a auto-suficiência. Um dia, num determinado tempo da história ouviu-se falar de um tal menino que nascera num lugar pobre e que seria muito rico e que daria toda a sua riqueza e a distribuiria a todos os sofredores, não apenas do seu tempo, mas para todo o sempre. O tal "pobre" ouviu esta falação e quis ver o tal menino. Sua intenção não era apenas ver o menino, mas "roubar-lhe" suas riquezas e ficar com ela eternamente. Daí, então, ele contratou uma eficiente carruagem e foi atrás do menino. Andou por estradas nunca vistas por ele, conheceu lugarejos, conheceu a pobreza humana e doenças nunca imagináveis, seu duro coração amoleceu e percebeu que tudo o que ele conservava como bem material, além - claro - o seu orgulho, soberba e auto-suficiência, eram bens perecíveis e passageiros. Fez amigos, reconheceu suas fragilidades, desprendeu-se dos bens passageiros, consignou a si os valores humanos e espirituais. Sua viagem ao encontro do menino o fez ser "rico" dos bens eternos.
O tal "pobre" nunca encontrou o menino nascido numa manjedoura como desejava. Mas, encontrou-se consigo mesmo e, ao invés de querer "roubar" toda a riqueza do menino, foi roubado por Ele, pois Ele sendo Deus, mostrou-lhe o caminho de sua salvação. E, roubado por Ele, enxergou em seu próprio coração a manjedoura e o menino que nascia e renascia nele mostrando-lhe o caminho de volta e o retorno para sua vida sempre novos!".

Só o amor...

Coração ferido...
Páginas do dia,
povo sofrido!
Alma e corpo: partidos!

Não! Não é dor que passa,
é a vida da massa,
de gentes, de genes...
Culturas, pessoas...
Aonde ressoa a voz de muitos!
De mim...

É a total realidade,
das coisas da vida...
Verdades!
Nem sempre é assim,
Mas, quase tudo que sinto,
vem de mim...
Da vida que ora pressinto!

Coração ferido...
Machucado,
Mas, não vencido!
Coração ardente,
Coração valente!
Só o amor é a força!
A coragem e a vontade de lutar!
Amor... Só o amor!