Algumas vezes me encontro com minha história e começamos a conversar sobre eu mesmo. Dos tempos de criança, a passar pela adolescência e da intrigante insistência de ir crescendo, maturando, vivendo conforme os acontecimentos que foram chegando, ora de mansinho e sem dizer nada, ora com surpresa, de forma abrupta e barulhento...
Que engraçada é a história da gente! Cada pessoa humana tem uma e pensar que nem sempre olhamos pra ela com saudades, apenas recordamos... Mas, creio, que é muito bom olhá-la com saudades, pensar nas coisas boas que aconteceram, dos tropeços e quedas, das maravilhosas gafes: rir de si mesmo quando erra, quando comete algo inusitado.
Penso que não seja saudosismo, mas trata-se de algo que faz bem pra alma. Quem nunca viveu, nunca experimentou a maravilhosa dádiva de Ser - com "S" maiúsculo - tomando como referencial a ideia ontológica de todo ser humano.
Mas, cá com meus botões, nem sempre se curte olhar para trás a própria vida. Muitos de nós temos medo de pensar a fundo sobre a própria existência, nossas decepções, nossos traumas, nossas "viagens interiores". A complexa visão de si mesmo deveras nem sempre é um caminho fácil de se fazer.
Olhar-se, vislumbrar-se consigo mesmo, é um exercício muito importante em nossa existência. Como cristão penso que a auto - integridade depende da maneira de olhar a vida como caminho do amor plantado em cada pessoa e que necessita exclusivamente ser cuidado para que cresça conforme as etapas que passamos, de modo que haja cada vez mais a saudade das boas lembranças vivenciadas, pois a "anamnese"(memória) é a forma mais interessante para entender a construção que o Criador iniciou desde nossa concepção.