O QUE É A FILOSOFIA?

O que é a filosofia? A indagação é o seu método. Filosofia significa, literalmente, o amor pela sabedoria, e desde o início da sua longa história os filósofos perguntaram e tentaram responder a questões muito difíceis sobre os tópicos que pareciam os mais importantes para a humanidade, buscando, por isso mesmo, a sabedoria.

A filosofia é essa amizade à sabedoria que tem como busca o conhecimento que ora se encontra implícito nas diversas realidades da vida e – quando explicitamente revelado torna-se ciência, método empírico capaz de oferecer à vida elementos que constituem o saber, a felicidade, o bem-estar de todos. Por isso, o conhecimento parece importante, mesmo se não suficiente para a sabedoria, poder-se-ia perguntar que tipo de conhecimento o estudo da filosofia produz (...). A filosofia, em seu método indagador descobre a natureza essencial de várias coisas abstratas: verdade, conhecimento, pensamento, liberdade, dever, justiça, beleza e, inclusive, a própria realidade; em outras palavras os filósofos (aqueles que são os que refletem sobre o que é filosofia) descobrem o conteúdo ou a análise correta dos conceitos que usamos quando pensamos sobre a verdade, o conhecimento e a temas semelhantes – ou talvez, os significados das palavras correspondentes.

Enquanto método a filosofia – na busca pelo conhecimento – é analiticamente rigorosa. Por esse meio todo conhecimento conquistado no decorrer da história humana se tornou parte da filosofia e conseqüentemente saber científico. (...) Muitas áreas de investigação que começaram como partes da filosofia depois se tornaram ramificações da ciência. Isso acontece, aproximadamente, quando as questões envolvidas tornam-se definidas de modo suficientemente claro para tornar possível investigá-las em termos científicos, através de observação empírica e de teorização com base empírica. Assim, a filosofia pode ser identificada, ainda que um tanto indiretamente, como a origem daqueles temas que as pessoas ainda não aprenderam a investigar em termos científicos.

Tudo o que temos hoje em se tratando de conhecimento científico, da tecnologia vigente, assim como, das diversas formas do saber humano, sejam de cunho econômico, político e tecnocientífico, tiveram sua origem no pensar filosófico e será assim enquanto houver reflexão filosófica. Por isso, a filosofia é – em seu método – um bem para o conhecimento científico.

Dessa forma, é importante não deixar de fixar nosso olhar na história humana. É através da história que vemos o saber humano em evolução – ou não! -, pois o que somos enquanto civilização é resultado da história do saber que fora construída em séculos idos, sobretudo na parte ocidental de nosso planeta. Portanto, quase todos os filósofos concordam que a história da filosofia é importante para a própria natureza da filosofia e para a contínua investigação filosófica de um modo em que as outras histórias de outras disciplinas não são igualmente importantes para elas. É importante destacar que a história da humanidade e seus sistemas políticos foram (e são) elementos indispensáveis para o pensar filosófico. Nenhuma ciência está desligada dessa investigação científica que é a filosofia, embora cada epistemologia tenha seu próprio caminho de investigação e que cada uma especificamente use da filosofia para sua evolução em cada período histórico.

O filósofo norte-americano Wilfrid Sellars destacou tal importância elucidando que: “O objetivo da filosofia, formulado abstratamente, é entender como as coisas, no mais amplo sentido possível do termo, estão conectados no sentido mais amplo possível do termo. Sob ‘coisas no mais amplo sentido possível’, incluo itens radicalmente diferentes, como não só ‘repolhos e reis’, mas também números e deveres, possibilidades e estaladas de dedos, experiências estética e morte. Alcançar sucesso na filosofia seria, para usar um modo de expressão contemporâneo, ‘estar familiarizado com o entorno’, com respeito a todas essas coisas, não naquele modo irreflexivo no qual o centípoda da história tinha familiaridade com o seu entorno antes que encarasse a questão ‘como eu caminho? ’, mas naquele modo reflexivo que significa que nenhum apoio intelectual está barrado.”.

Tal reflexão apresentada pelo filósofo norte-americano Wilfrid Sellars sugere, assim, que nada está realmente além da competência da filosofia. Colocando esse ponto de uma maneira apenas, levemente diferente, a filosofia busca entender, de um modo plenamente reflexivo, de que maneira tudo está relacionado a e conectado com, porém diferente de tudo o mais.

A partir desse ponto de vista toda forma do pensar filosófico exige verdadeiramente uma visão ampla e sistemática das coisas. Não se estuda filosofia procurando ler um determinado pensador e fazer dele a única maneira de refletir filosoficamente. Mas, é procurando explorar os diferentes conceitos ligados à ciência que se pode abrir o leque das diferentes visões acerca da filosofia. O que os filósofos fizeram foi, se não, provocar tal elucidação. Assim, conforme nosso texto em estudo, uma das atividades filosóficas centrais, refletida na tentativa de entender a natureza essencial das coisas (ou dos conceitos), é a clarificação, ou seja, os filósofos estão constantemente levantando questões sobre o que vários tipos de coisas realmente vêm a ser (ou o que as palavras em questão realmente significam).

Começamos nossa reflexão indagando o que é a filosofia. São as perguntas que dão sentido e significado ao que se busca nesse método filosófico. Nenhum campo científico ficou isento da reflexão filosófica, pois dela nasceram às diferentes formas de ver a realidade das coisas, dessas formas nasceram as diferentes ciências. Segundo o filósofo Aristóteles “a vida sem reflexão não é digna de viver”, em outras palavras quer nos ensinar que a tudo o que norteia a vida humana passa pela sistemática indagação filosófica.

Para alguns de nós esse pensar filosófico é algo desprezível e sem sentido, tratando-se apenas como jogo mental irrelevante, sem importância. A filosofia é, em todas as medidas da vida humana, algo que completa nossa existência, pois foi a partir das perguntas organizadas que ora configurou o que somos hoje. Bertrand Russell argumenta que o estudo e a prática da filosofia são essenciais ao melhor tipo de vida, pois é algo valioso por aquilo que se investiga para o melhor de nossa vida. Dessa forma, a pergunta o que é a filosofia trás consigo respostas que produzem outras perguntas em vista de relevantes argumentações em prol do conhecimento humano.

CIDADE: NOSSA CASA, NOSSO CHÃO, NOSSO PÃO

A floresta, o folclore, a música, a dança, o som... As expressões! Assim vejo a metrópole aonde vivo. Aliás, sobrevivo! Até porque - parece não ser - se ver, se escuta, se canta, se dança de muitas formas dentro dessa linguagem que chamamos "cidade".
Por alguns ângulos percebo o quanto é possível olhar a grande Belém de uma forma diferente, desconsiderando os sons que fluem tão exacerbadamente em conseqüência da agitação do trânsito, do corre-corre das pessoas, das preocupações e dos medos... E de tantas e infinitas formas do soar da cidade vítima - claro - do crescimento populacional!
Olho Belém com o olhar de quem só vê a paisagem de um vilarejo com suas ruas enfeitadas pelas mangueiras que dão frutos duas vezes ao ano nas duas únicas estações: "Pouca chuva e Chuva"; ouço o som dos insistentes periquitos da praça da Basílica todos os dias às seis, voltando para seus ninhos, felizes depois de um dia cheio; contemplo nesse vilarejo de mais de trezentos anos a arquitetura lusa da cidade velha misturada com o pôr-do-sol mais bonito do mundo às margens da Baía do Guajará de baixo da mangueira que fica atrás da casa das onze janelas e - se der tempo - ainda tomo um tacacá para "refrescar" a vontade do gosto tão famoso de séculos idos!
Daí, pois bem! A Belém que a gente gosta de ver, de ouvir, de sentir e de contemplar: A cidade que é o nosso chão! Que pena que poucos cultivam tão maravilhosa "Belémza".
Mas, mesmo que quase abandonada, nossa cidade pode ser a melhor do mundo se a considerarmos verdadeiramente como a nossa Oca, nossa Casa, "Nosso Pão", cuidando - claro - para que nunca possa morrer a visão desse ângulo que ora cultivamos no amor que sentimos por essa cultura impregnada em nossa alma, por essa Cidade que é, também, a alma de nossas vidas, a Belém que queremos, valorizando o que temos e preservando o que construímos.
Olho a Cidade com essa visão diferente... E se todos os que moram aqui puderem desviar sua atenção para o que ela nos oferece de bem, certamente todos os meios poluentes que possuímos teriam um lugar com o mínimo destaque e assim diríamos aos nossos filhos: Amem a Cidade que te cuida! Cuide da Cidade que você aprende a amar todos os dias!