CRISTO: A FONTE DA VIDA E O BALDE AONDE ENCONTRAR? (Cf Jo 4, 4-15)

Nos ensina o Santo Evangelho de João que Jesus é a Fonte da água viva. No encontro com a Samaritana Ele rompe a fronteira do preconceito duplo: estrangeira e mulher e encontra-se com a pessoa face à face. Na verdade todo o ensinamento do Evangelho de Jesus Cristo é baseado nesse princípio antropológico: o encontro de sua Divindade com a humanidade tornando-a divina pela sua humanidade.
A fonte da vida é Cristo. A samaritana desconfia de um homem judeu pedir água para uma mulher samaritana e até mesmo os discípulos estranharam tal atitude do Mestre. Porém, o encontro com ela gerou a vida, nascida na beira de um poço histórico, reconstruindo por esse fato a nova e eterna história da Aliança de Deus com o novo povo. Romper estruturas caducas, envelhecidas pela couraça do étnico é em Cristo sair de si mesmos, como a samaritana que anuncia o Cristo aos seus. Mesmo sabendo de sua limitação e de seus pecados, Jesus não a condena; pelo contrário: acolhe-a e oferece a vida, a água viva que brota da fonte de seu coração misericordioso.
Já faz muito tempo que esse fato aconteceu. Mas, tem muitos de nós que ainda não tem o balde pra pegar esta água que vem de Cristo. Temos a água, mas aonde está o balde? O que é o balde? A samaritana diz a Jesus no início da conversa que ela não tem o balde para alcançar a água do poço e por isso se sente incapaz de saciar sua sede. Jesus muda o rumo da conversa e lhe sugere água que mata todas as sedes. Água tem, mas aonde encontrar o balde?
Água viva precisa de balde. Na nossa vida no dia a dia podemos defini-lo como o método prático para beber desta água. O balde, definindo-o seja a oração diária, a caridade constante, o encontro nos desencontros da vida rompendo fronteiras do preconceito, desapegando-nos de nossos limites meramente humanos, nossos "eus" que impedem-nos de tomar da água viva que é Cristo.
O balde é o instrumento. A água está entre nós, mas para tê-la e nos saciar-nos precisamos de verdadeira coragem para, no encontro com o Mestre, reconhecer-nos frágeis, mas também reconhecê-lo como Aquele que é o único capaz de saciar nossas sedes, nossos sonhos, realização plena e constante de nossa vocação para, enfim, realizar-se seu Reino entre nós.

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