FILHOS DA LUZ

Essa pequena meditação a fiz na Celebração de Domingo passado. Achei importante compartilhá-la!



Quando tomamos conhecimento do sentido das palavras, quebramos os paradigmas, ou seja, modelos de conhecimentos que nos foram ensinados e que logo se tornam “desuso” do comum de nosso vocabulário diário. Exemplo disso é a palavra “aluno” que geralmente é usado para a pessoa que está estudando e/ou sendo ensinado a algum ofício. Mas, filologicamente o termo é mal empregado, pois “aluno” quer dizer “aquele que não tem luz”, ou seja, pessoa que não é iluminada: do latim “alux”, sem luz.
A luz é uma necessidade humana. Sem o sol a vida é, praticamente, imperfeita. Sem as luzes que iluminam a noite, somos quase – ou praticamente – isolados e, numa região com clima temperado, podemos até morrer de frio à noite. Portanto, a luz é imprescindível à nossa existência.
Um ou mais ser humano não pode, jamais, ser chamado de alguém “sem luz”, pois temos – por natureza e necessidade – a presença da luz em nossa vida. Analogicamente a mente humana é a luz que ilumina nossos argumentos, nossa razão, nossas decisões, nossa liberdade. Por meio da mente somos inteligentes para viver, conviver e sobreviver, ou seja, não somos “dementes” (do latim que significa “sem raciocínio lógico”). Somos luz em nós mesmos e, claro, para os outros.
A primeira carta de Paulo aos Tessalonicenses (5:1-10) da liturgia de hoje destaca, entre outras coisas, a importância de Ser Luz, ou ser “Filhos da Luz”.  Na linguagem cristã “Ser filhos da Luz” é ser de Deus. A luz que temos não é nossa, mas de Deus. Temos a luz e somos da luz, mas tudo o que temos e somos pertence a Deus. Ele ilumina nossa mente para que o nosso coração seja voltado totalmente para Ele e, pertencendo a Ele, herdamos a dignidade de sermos chamados “Filhos da Luz”.
Pertencer à Luz Divina é ter parte na missão de Jesus Cristo. É, na consciência da fé, continuar o seu projeto em meio às trevas que sucumbem à vida em todas as suas dimensões. Em outras palavras somos chamados a “ser luz no mundo”, mesmo frágeis em nossa humanidade, porém fortes na Luz que clareia nosso espírito e nossa responsabilidade com a missão.
Ninguém pode esquecer que somos Luz. Somos discípulos e não “alunos”. O discípulo conhece o sentido de sua caminhada, é capaz de discernir: aprende e ensina. O aluno é sem luz, sem vida, sem motivação; pode aprender, mas não é capaz de ensinar, é medroso, diz que nunca sabe, pois será sempre dependente de algo que o impede de progredir.
A carta de Paulo aos Tessalonicenses nos convida a pensar a pertença a Jesus Cristo a partir do Discípulo que é Luz, Filho da Luz: fiel, corajoso, cheio de caridade, amigo, responsável, piedoso, sensível à vida dos que sofrem, ser humano de oração e coração amável que sabe perdoar, que sabe confortar, dedicado às virtudes do Reino,... Um cristão capaz de aprender e ensinar.

Quem sabe, nesse ideal de ser cristão Filho da Luz, possamos repensar nossa caminhada? Termina o ano litúrgico no próximo domingo. É tempo de reavaliar o que somos e o que fizemos pelo Reino de Deus! Luzes e sombras, mas conscientes que somos discípulos e não alunos.

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